Atenção pais!
O que falar daquelas crianças lindas e inocentes, que, do nada, agridem fisicamente?
Calma… não é tão complicado assim…
Todos nós podemos nos tornar agressivos em determinados momentos. É normal, é atitude relacionada ao instinto de defesa.
Em geral a criança agride porque, tendo ou não razão, pode ter se sentido agredida ou ameaçada.
Se ela supõe que o amiguinho que se aproxima, todo sorridente com a mãozinha gorducha estendida, vai lhe tirar a bola com que está brincando tão feliz, ela bate. Ou empurra. Ou chora. Cada criança tem uma reação de defesa.
Vivenciar e aprender a superar dificuldades do ato de se relacionar é parte importantíssima da vida emocional saudável.
Se desde cedo seu filho souber que ter amigos é uma coisa maravilhosa, mas não obrigatoriamente fácil o tempo todo, tanto melhor. Menos tombos emocionais ele sofrerá.
Os pais só precisam fazer seu papel: E-DU-CAR!
Ao entrar na escola, ao começar a frequentar parquinhos e clubes, a criança sai do seu mundinho superprotegido e começa realmente a se conectar com outras pessoas.
E nesse novo mundo de relações, especialmente com outras crianças – que também não estão socializadas – que ela vai começar a conhecer diferentes formas de se relacionar.
Vai encontrar afeto, mas também oposição ao que ela quer. Todas as crianças vão lutar pelo que querem, ainda que de formas e com estratégias diferentes.
REAÇÕES MAIS FREQUENTES DAS CRIANÇAS
Quando uma criança arranca o brinquedo das mãos de outra ou a agride fisicamente, empurrando ou batendo, a criança agredida pode:
. “dar o troco” de imediato;
. ficar imobilizada, calada, como quem analisa incredulamente o que ocorreu;
. chorar baixinho, fazendo beiço;
. abrir o berreiro, com toda a força dos seus pulmões;
. tentar pegar de novo o brinquedo – como se não ligasse um fato ao outro – e até mesmo acariciar o coleguinha que a agrediu.
Uma criança que não reagiu hoje poderá amanhã ir à escola espalhando tapas entre todos… Quer dizer, a que bateu hoje pode apanhar amanhã e vice-versa. Faz parte da aprendizagem do conviver. Não quer dizer que a que bateu é pior do que as outras. São apenas diferentes e ainda não estão socializadas.
– COMO AGIR PARA SEU FILHO PARAR DE BATER
. Logo da primeira vez em que ele agredir, reprove o ato com segurança e muita clareza.
. Diga sem gritar, mas com muita firmeza, “você não pode bater na mamãe (no papai, na vovó, no coleguinha…). Não gostei, estou zangada, isso é muito feio”.
. É preciso que seu filho perceba que seu semblante mudou; fique séria.
. Veja bem: não é “ficar de mal” como uma criancinha – é mostrar que está aborrecida, chateada mesmo, com a atitude. Se ele perguntar a respeito diga “ainda estou triste e sem vontade de brincar com quem bate”.
. Se ele estava em seu colo, coloque-o no chão ou no berço (em qualquer local seguro). E só. Não precisa alongar nada.
. Seu filho poderá reagir chorando muito, porque você o tirou do colo. Não o pegue no colo de novo. Ele vai achar que berrar é um santo remédio. Depois não reclame!
. Toda vez que ele bater em você ou em outras pessoas, aja da mesma forma.
. Se, em uma ocasião qualquer, ele tentar e você perceber a tempo, não deixe que lhe bata. Segure suas mãozinhas com firmeza, mas sem machucar, e depois mantenha-o longe do alcance do seu rosto ou do seu corpo.
. Não dê risadas. Também não agrida seu filho.
. É preciso agir de forma a que fique muito claro para seu filho qual foi a atitude que gerou o seu distanciamento.
. E, como tudo em educação, persevere. Aja sempre da mesma forma, em situações semelhantes.
. Não permita que seu estado de espírito mude sua atitude educativa: ele não pode bater nem hoje, nem amanhã, nem nunca. Não seja mais tolerante quando está alegre e mais dura quando está cansada ou de mal com o mundo. Seu filho ficará confuso e não saberá o que mudou.
. Seu filho pode ficar amuado ou tristonho. Não ligue. É isso mesmo que se quer: que ele compreenda que agindo errado, perde alguma coisa.
. No dia seguinte, quando a crise tiver passado, continue sendo amorosa. Nunca na hora em que ele bateu em você.
. Não deixe de observar como as coisas estão correndo: faça sua própria avaliação.
. De modo geral, os passos acima serão suficientes para inibir esse tipo de atitude
. Aja sem agressividade, mas com firmeza!
Pais não precisam bater nos filhos para educar; mas também não devem deixar que os filhos batam neles, por mais amor que lhes tenham.
Leia o meu livro e me conte nos comentário sua experiência.
Com afeto,
Elisabeth Rosa